Os opostos da zona sul

A zona sul é a região com maior população da cidade. São mais de três milhões de habitantes segundo o Censo de 2010 (a zona leste, em segundo, tem pouco mais de 2,5 milhões de moradores). Fruto dessa densidade é a desigualdade. A região possui os bairros com maior renda per capita da Capital, mas, em contrapartida, também o de menor.

Segundo levantamento da Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), Supervisão Técnica de Saúde (STS) e o Distrito Administrativo (DA) da Prefeitura de São Paulo, com dados do Censo 2010, do IBGE, Moema e Morumbi concentram a população mais rica da cidade. Do outro lado, Marsilac, no extremo sul, é o bairro com menor renda per capita da Capital.

Enquanto em Moema o rendimento médio é de R$ 7.384,73, em Marsilac, os valores são quase dez vezes menor, R$ 772,15. O estudo levou em consideração os dados de rendimento nominal médio mensal de pessoas de dez anos ou mais de idade que têm algum tipo de remuneração.

E a zona sul concentra mais bairros nos opostos. Entre os dez mais ricos estão: Morumbi (R$ 6.959,73), no segundo lugar; Vila Mariana (R$ 5.339,15), sétimo; Campo Belo (R$ 5.133,28), nono; e Santo Amaro (R$ 4.834,04), décimo. Já entre os dez mais pobres, também estão Jardim Ângela (R$ 887,97), quarto lugar; Parelheiros (R$ 888,32), quinto; e Grajaú (R$ 909,62), em sétimo.

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O que se tira dessas informações? Que os bairros com maior renda continuam e continuarão recebendo maiores investimentos em infraestrutura e concentrando os melhores lançamentos, geralmente de padrão mais altos, do mercado. Pelo outro lado, nos bairros mais pobres, há necessidade de se pensar - e realizar - em obras de infraestrutura e, mais, criar condições para que essa população melhore seu padrão de vida.

Para isso, governo e iniciativa privada devem criar parcerias para levar empresas - e empregos - para esses bairros. Com isso, a população não precisa se deslocar em grandes distâncias, ficam mais tempo perto de suas moradias, ganham mais qualidade de vida, não precisam dispensar parte de seus rendimentos, por exemplo, para condução e querer ficar, sim, onde mora. Não por falta de oportunidades, mas pelo motivo contrário, o de mais oportunidades. É bom para todos e bom para o mercado imobiliário também.